Copom baixa juros para 14% ao ano

Mesmo com a redução de juros promovida pelo Banco Central nesta quarta-feira, o Brasil ainda permanece na liderança disparada do ranking mundial de juros reais (calculados com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses), compilado pelo MoneYou e pela Infinity Asset Management.


O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu baixar os juros básicos da economia de 14,25% ao ano para 14% ao ano, um corte de 0,25 ponto percentual, na primeira redução da taxa Selic em quatro anos. A decisão foi anunciada pelo Banco Central no início da noite desta quarta-feira (19).

A decisão de cortar os juros confirma a expectativa do mercado financeiro. Os analistas, porém, estavam divididos quanto à intensidade da redução. Parte do mercado previa um corte para 14% ao ano, enquanto outros estimavam uma diminuição maior, de 0,5 ponto percentual, para 13,75% ao ano.

Para os economistas dos bancos, este será o primeiro de uma série de cortes nos juros básicos da economia. A estimativa é de que o Copom, que se reúne a cada 45 dias, continuará a reduzir a Selic até setembro de 2017, quando a taxa deverá estar, pelas previsões, em 11% ao ano.

O Banco Central toma as decisões sobre a taxa de juros olhando para a frente e tendo como objetivo cumprir as metas de inflação previstas pelo sistema em vigor no país.

Para 2016, 2017 e 2018, a meta central é de inflação em 4,5%. Entretanto, o sistema prevê um piso e um teto, que é de inflação em 6,5%, em 2016, e em 6% em 2017 e 2018.

Isso significa que se a inflação deste ano, por exemplo, superar o alvo central de 4,5%, mas ficar abaixo de 6,5%, o BC terá cumprido a meta. Entretanto, mercado estima um Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao redor de 7% para 2016.

As decisões da autoridade monetária sobre a taxa básica de juros surtem efeito pleno em seis a nove meses. Assim, o BC já está mirando, neste momento, a meta de inflação de 2017, e não a deste ano.

Em comunicado, o Banco Central informou que a inflação recente "mostrou-se mais favorável que o esperado, em parte em decorrência da reversão da alta de preços de alimentos".

Isso, na visão da instituição, pode sinalizar "menor persistência no processo inflacionário"; que o nível de ociosidade na economia "pode produzir desinflação mais rápida do que a refletida nas projeções do Copom”; ou que os "primeiros passos no processo de ajustes necessários na economia foram positivos, o que pode sinalizar aprovação e implementação mais céleres que o antecipado".

Além disso, acrescentou que suas projeções recuaram desde o final de setembro. No cenário de referência, que pressupõe juros e câmbio estáveis, a previsão do BC para a inflação de 2017 já caiu para 4,3% - abaixo da meta central de 4,5% do ano que vem.

Segundo economistas, a queda dos juros poderá ajudar na recuperação da economia brasileira – que atravessa a maior recessão de sua história – por meio do aumento da confiança dos investidores e do recuo dos juros bancários. Além disso, poderá resultar em menos pressões de alta do dólar, contribuindo para impedir a volta da inflação no futuro. O corte também resultará em pagamento menor de juros pelo setor público.

De acordo com o diretor-executivo de Estudos e Pesquisas Econômicas da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira, a queda da taxa Selic não tende a impactar, pelo menos em um primeiro momento, os juros bancários – que estão em patamar recorde. Mas, se as reduções persistirem no futuro, poderão pressionar para baixo os juros dos bancos.

Outra consequência do corte da taxa Selic pelo Banco Central é a redução nas despesas de juros da dívida pública. Atualmente, mais de R$ 600 bilhões em dívida em mercado estão atrelados à taxa básica de juros da economia. Com sua queda, recua também o pagamento de juros. A estimativa é de que um corte de 0,25 ponto percentual na Selic reduza essa despesa em R$ 1,5 bilhão em 12 meses.

Fonte: G1 Brasília

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