Eleições municipais: vem aí a TPE


Os parlamentares investem pesado em determinadas candidaturas municipais, em troca de promessa de apoio daqui a três anos, quando eles mesmos estarão pedindo voto nessas localidades. Aí vale quase tudo.
Estamos a pouco mais de um ano das eleições municipais. Tempo de especulações e listas sobre quem sairá candidato a prefeito, vice-prefeito ou vereador. Muito dependentes de recursos externos, a grande maioria dos paupérrimos municípios cearenses irá, mais uma vez, para o centro das declaradas preocupações de seus representantes. Leia-se, deputados estaduais, federais e senadores. Não será de espantar se nos próximos meses, esses representantes passarem a circular mais nas localidades onde foram votados nas últimas eleições.
Não será surpresa se levarem para os plenários das respectivas casas legislativas, onde têm assento, os “avanços” que seus aliados lideraram. Ou as suspeitas de corrupção dos adversários locais. É a chamada TPE - tensão pré-eleitoral. Alguns chegam a se envolver diretamente, candidatando-se em seus redutos eleitorais. E não perguntem por que eles largam um mundo de mordomias, privilégios e gordíssimos salários para se dedicarem a uma prefeitura qualquer, onde falta tudo, de um municipiozinho perdido no mapa.
PARA ENTENDER O CICLO
O atual período, que antecede a definição de nomes que disputarão o pleito de 2012, é de extrema importância para os parlamentares e o governo do Estado. No primeiro caso, a explicação está na relação de interdependência política entre prefeitos e deputados/senadores. É o dando que se recebe.
Funciona assim: os parlamentares investem pesado em determinadas candidaturas municipais, em troca de promessa de apoio daqui a três anos, quando eles mesmos estarão pedindo voto nessas localidades. Aí vale quase tudo. De defesa na tribuna dos plenários a apoios logísticos durante a campanha - oficiais ou não. E o mais importante: ser ou parecer ser influente junto ao Governo do Estado ou em Brasília. Atenção: ser aliado, nessa hora, faz a diferença. Descolar aquela emenda parlamentar, federal ou estadual, entra no pacote.
Afinal, onde foi que já se viu deputado ou senador que não consegue sequer uma brecha na agenda de um secretário estadual ou representante de um ministério? Fazer aprovar aquele projeto cujo nome soa importante também vale muito. Em resumo, candidato a prefeito que se preze só anda ao lado de quem sabe onde as vacas dormem.
PARA ENTENDER O CICLO - II
A lógica da retroalimentação política a partir de quem está no comando do Governo do Estado é a mesma. A diferença é que, ao contrário dos deputados/senadores, o Executivo tem poder de mando no tratamento diferenciado e na liberação de dinheiro para esse ou aquele projeto e ação de governo. E a influência nas eleições municipais está longe de parar por aí.
O governo, muito cedo, começa a fazer sua relação de nomes preferidos. Quando não tem no próprio partido, faz um convite de filiação a uma liderança de outra sigla. Sendo impossível, escolhe quem apoiar em outro grupo. A unção de uma candidatura por parte do governante de plantão em um Estado de pobre cultura política, como a nossa, ainda vale muito. Basta acompanhar os comícios onde o governador do momento aparece na cidade. Tanto é assim que, às vezes, mais de um candidato, aliados do governo, ficam disputando no tapa o apoio do chefe do Executivo estadual.
O PREÇO DA REELEIÇÃO
É da natureza de quem está no poder ter como preocupação primeira a manutenção dessa situação. Isso é legítimo. Faz parte do jogo. O problema são os métodos distorcidos para que isso aconteça.
O instituto da reeleição é o pior deles. Qualquer concorrente a um cargo público, ao ser eleito pela primeira vez, não prioriza outra ação política, a não ser a pavimentação do caminho que o leve a mais quatro anos à frente da administração que conquistou. E isso não acontece impunemente. Pelo contrário. Para manter a coalizão política que o elegeu, o chefe do Executivo terá de fazer concessões bem maiores e de maior durabilidade do que quando só tinha quatro anos de poder.
Os esquemas privados com a máquina pública tendem a ficar muito mais enraizados. A relação com outras instituições e poderes também ficam viciadas. Pouca decência sobra frente a orçamentos bilionários, o Diário Oficial e uma caneta com muita tinta.
fonte: Jornal O Povo

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Eleições municipais: vem aí a TPE
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