Michel Temer Até despertaram interesse da imprensa e ganharam espaço, mas as indicações dadas pelo vice-presidente da República, Michel Temer, de que o PMDB – do qual foi presidente nacional – pode se aliar ao PSDB na disputa pela prefeitura de São Paulo no ano que vem não são novidade.
Os integrantes do PMDB paulista já apoiaram o PSDB e José Serra, em várias eleições. Inclusive, no ano passado a eleição de Geraldo Alckmin para ser governador do Estado pela terceira vez. É verdade que nessa eleição do ano passado, esse apoio peemedebista ao tucano Alckmin ocorreu sob a liderança do ex-governador Orestes Quércia (PMDB), ontem homenageado pelo governo do Estado, com seu nome dado à ponte estaiada da avenida Marginal.
A homenagem a Quércia foi, portanto, pretexto mais do que óbvio para Temer evocar alianças do passado e Alckmin mostrar-se receptivo a elas. A filiação do deputado Gabriel Chalita (PMDB-SP) – presente ao palanque da inauguração da ponte – já indicava esse caminho de uma possível aliança para a disputa da prefeitura paulistana numa parceria PMDB-PSDB. Chalita veio do PSDB para o PMDB, com uma passagem pelo PSB.
A indicação dessa possível coligação era clara pelos laços que o deputado mantém com o atual governador do PSDB e por sua relação com parte do tucanato – ainda que ele tenha a oposição de José Serra às suas pretensões. Daí, concluir que o governador Alckmin tem força para impor ao PSDB de São Paulo essa politica é pura precipitação.
No partido dos tucanos, pelo menos dois nomes disputam a candidatura a prefeito paulistano no ano que vem: os secretários de Estado de Energia, José Aníbal (Alckmin) e Andrea Matarazzo (Serra). Vejam, essa concorrência já expressa, pelo menos em parte, a disputa de 2014 entre José Serra e Geraldo Alckimin.
Essa postura do PMDB é natural e deve levar o PT a uma reflexão sobre sua responsabilidade em conduzir, com unidade, a escolha de seu candidato a prefeito no ano que vem e sobre a necessidade de que este seja um nome capaz de ampliar as alianças e vencer as eleições.
A disputa em São Paulo será dura e nacional – como sempre ocorre com as eleições paulistanas, elas nacionalizarão a corrida municipal. Não se pode definir a política numa capital ou cidade importante do porte de São Paulo sem levar em conta os interesses de cada partido onde se pode vencer.
Daí, o inevitável caráter também nacional adquirido pela disputa em São Paulo e a importância da direção nacional do PT na formulação das alianças e na definição das candidaturas em cada cidade. Por isso mesmo, é bem-vinda a participação de nossa maior liderança, nosso ex-presidente Lula, na formulação de nossa tática, nas articulações, no apoio à nossa politica de alianças e na defesa de nossos governos (que deve ser a principal bandeira de campanha).
fonte: Correio do Brasil