Em se tratando de Marketing político, há alguma regras básicas que são quase imutáveis ao longo dos anos. A primeira delas diz que o eleitor costuma votar em quem conhece ou pensa que conhece. A outra é que seja qual for um postulante
a cargo eletivo tem que deixar claro para o eleitor
de que lado ele está.
Já quando se trata do jogo político, outras regras igualmente constantes devem ser observadas por candidatos e partidos. Uma delas é que, para garantir um naco do poder, é fundamental que se saiba exercer a pressão necessária sobre os demais grupos políticos. E é por esta razão, que cada ano pré-eleitoral começa com uma gama de sujeitos dizendo que serão candidatos a prefeito, governador ou até mesmo presidente e que ”não arredam nem pro trem”. A regra também pode ser aplicada à disputa para os cargos proporcionais, mas é menos comum.
Mas, o que querem tais pretensos candidatos? A resposta é: qualquer coisa. Um sujeito que começa a alardear por aí que é candidato a isso e aquilo, mesmo que pareça não ter lá muitas chances de vitória, pode estar pretendendo desde uma simples exposição do nome para uma candidatura mais adiante até concorrer de verdade. Mas, a média, nestes casos, é lançar uma candidatura apenas para barganhar politicamente um espaço junto a quem realmente pretende se lançar candidato.
E essa barganha pode ser por dinheiro ou cargos públicos. É o jogo que se joga há séculos.
"E tem como saber quem é quem"? Pergunta o eleitor cansado de ser ludibriado.
Tem. Porque há sinais do que é candidatura para valer e do que são apenas candidaturas "balão de ensaio". Via de regra, partidos tradicionais de esquerda lançam candidaturas ainda que não possuam estrutura de campanha ou chances de vitória. São os chamados "candidatos ideológicos". Raramente se vê partidos de esquerda lançando nomes a esmo. Por isto, se alguém diz que será candidato por um partido de esquerda, grande ou pequeno, há grandes chances de que ele realmente venha a disputar a eleição, mesmo nas piores condições possíveis.
Já no campo dos partidos do centro à direita impera o "balcão de negócios". Contudo, ainda assim se podem ler os sinais. Porque, em primeiro lugar, candidatos de direita só entram na disputa com reais condições de campanha, pode até começar a disputa sem chance de vitória, mas estrutura para disputar tem que ter. Outra sinalização do que é ou não uma candidatura "de mentirinha" é o tamanho do partido. Um "candidato de peso" costuma procurar siglas partidárias de peso para disputar a eleição. Disputar pelos chamados "partidos nanicos" só quando o candidato é realmente "o cara" na disputa eleitoral. Aquele candidato cujo nome está acima de qualquer sigla ou aliança política, devido sua ampla e inegável popularidade.
Então, vem o discurso do pretenso candidato. Conforme dissemos lá no início, um candidato tem que ter identidade. Então, um candidato pra valer não poupa críticas ao adversário. Pode até fazer a tal da "campanha propositiva" na qual o postulante diz estar preocupado apenas em apresentar propostas. Duvido! Mesmo nestes casos, em que o sujeito aparece com cara de bom moço, há sempre uma equipe ligada ao comitê dele desconstruindo a imagem do adversário. São denúncias anônimas por email, panfletos sem identificação da origem, boatos boca-a-boca, etc.
Então, desconfie de quem diz que é candidato, mas na hora de botar o "dedo na ferida" do adversário faz um discussinho "água com açúcar". Esse está apenas esperando para ver quem dá mais para se bandear. É aquele sujeito que morre dizendo que é candidato e depois aparece em pose ao lado do adversário dizendo: "estamos juntos pelo bem maior do povo".
Engana que eu gosto!
Moraes Jr. – Conexão Penedo.