Arena dá entrada do estatuto no TSE


O Diário Oficial publicou nesta terça-feira o estatuto da nova ARENA – a reedição do partido predominante durante o regime militar. Agora, a sigla criada pela estudante gaúcha Cibele Baginski precisa recolher cerca de 500.000 assinaturas para poder disputar as eleições.

A lista de partidos do Brasil só cresce: hoje, são 30 siglas. De 2011 ano para cá, surgiram três – o PSD, o PPL e o PEN. Mas a fila parece não ter fim. Nada menos do que 16 partidos embrionários constam da base de dados do TSE. São legendas que já entregaram parte das assinaturas necessárias para obter o registro definitivo.
Entre as novas legendas que podem conseguir acesso aos recursos do fundo partidário e  atormentar o eleitor durante o horário político, estão o Partido da Mulher Brasiliera, o Partido Cristão, o Partido da Liberdade Solidarista e o pretensioso PSPB: Partido dos Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do Brasil.
A legislação exige que as siglas recolham assinaturas de 0,5% da população em pelo menos um terço das unidades da federação. Por isso, existem nove partidos buscando assinaturas no Ceará, quatro no Acre, mas nenhum, por exemplo, em Minas Gerais: é mais fácil atingir a meta em estados menos populosos.
Para entender:
Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi um partido político brasileiro criado em 1965 com a finalidade de dar sustentação política ao governo militar instituído a partir do Golpe Militar de 1964.
No programa do partido, adotado em convenção nacional, realizada, em Brasília, em 21 de setembro de 1975, a ARENA assim se posicionou em relação à sua criação e sua existência:
"Expressão política da Revolução de Março de 1964, que uniu os brasileiros em geral, contra a ameaça do caos econômico, da corrupção administrativa e da ação radical das minorias ativistas, a ARENA é uma aliança de nosso povo, uma coligação de correntes de opinião, uma aliança nacional".
Fundada no dia 4 de abril de 1966, a ARENA era um partido político predominantemente conservador. A criação da ARENA se deu em decorrência do Ato Institucional Número Dois, de 27 de outubro de 1965, e do Ato Complementar nº 4, de 20 de novembro de 1965, baixados pelo regime militar, os quais terminaram com o pluripartidarismo existente, naquela época, no Brasil, e extinguiram os 13 partidos políticos legalizados, então existentes no Brasil, e determinaram a implantação do bipartidarismo no Brasil. Seus membros e eleitores eram chamados de "arenistas".
Em 20 de dezembro de 1979, pela lei nº 6.767, o multipartidarismo foi restaurado no Brasil e as associações políticas existentes extintas: "Ficam extintos os partidos criados como organizações, com base no Ato Complementar nº 4, de 20 de novembro de 1965, e transformados em partidos de acordo com a Lei nº 4.740, de 15 de julho de 1965, por não preencherem, para seu funcionamento, os requisitos estabelecidos nesta Lei".[2] Mesmo assim, a lei fazia proibição de "coligações com outros partidos para as eleições à Câmara dos Deputados, às Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais" e de "arregimentação de filiados ou adeptos, com base em (...) sentimentos de classe".[2] Os partidos permitidos seriam os que contassem com "10% de representantes do Congresso Nacional".
A ARENA foi rebatizada de Partido Democrático Social (PDS). Mais tarde, um grupo de políticos do PDS abandonou o partido e formou a "Frente liberal", a qual, depois, tornou-se o Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM. O PDS, posteriormente, mudou o seu nome para Partido Progressista Renovador (PPR), e depois para Partido Progressista Brasileiro (PPB), que hoje se chama Partido Progressista (PP).
O bipartidarismo gerou, no Brasil, de 1966 a 1979, duas correntes políticas, a situacionista formada pela ARENA e a corrente oposicionista formada pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). A ARENA era chamada de "A situação" e o MDB de "A oposição".
Esse período (1964-1985) foi chamado de "período revolucionário", "governo militar", "ditadura militar", "regime militar".
Apesar do grande volume de estudos acerca do governo militar no Brasil (1964-1985) pouco se sabe sobre a ARENA. Esta teve grande atuação no período, porém, escassamente abordada. Muitas são as lacunas que permaneceram em relação a história da ARENA devido à falta ou destruição de documentos ou mesmo pela inexistência desses devida a censura imposta ao Brasil, ou mesmo por falta de interesse dos historiadores.
Ficam, portanto, dúvidas históricas sobre a formação da ARENA;
1. Os fatores que levaram muitos políticos a apoiar a ditadura militar através da ARENA;
2. O grau de influência dos militares sobre os políticos da ARENA;
3. O grau de influência dos políticos da ARENA sobre os militares;
4. Como os ex-membros do PSD (os pessedistas) e os ex-membros da UDN (os udenistas) se relacionavam dentro da ARENA;
5. Como a ARENA se posicionava frente ao conflito entre o grupo de militares "linha-dura" e o grupo "castelista" (os seguidores do presidente Castelo Branco);
6. Até qual ponto os membros da ARENA eram militares e políticos simultaneamente;
7. Quais foram os verdadeiros motivos do governo militar em adotar um sistema bipartidário;
8. Os motivos da adesão da grande maioria da UDN à ARENA;
9. O que levou os ademaristas a aderirem à ARENA, considerando que Ademar de Barros fora cassado pelos militares;
10. Quais correntes ideológicas permearam o estatuto e o programa da ARENA, e o quanto os influenciaram;
11. Como os políticos tradicionais influíram no programa revolucionário dos militares;
12. Se a ARENA era ou não um partido independente em relação ao governo militar.

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Arena dá entrada do estatuto no TSE
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