Relatado pelo deputado Henrique Fontana, projeto de reforma política torna crime doações de empresas a candidatos — o principal mecanismo de tráfico de influências e sequestro da vontade dos eleitores
O nome da corrupção política é financiamento privado de campanha. É uma praga com vários desdobramentos.
O primeiro, o de fazer de cada cargo público um balcão de negócios. Não há nenhum partido político, nenhuma instância da administração pública, que esteja a salvo dessa praga.
No mundo ideal, um partido se valeria de cargos públicos para destacar quadros políticos, consolidar uma marca e se aproximar da massa de eleitores.
Na democracia formal, o cargo serve para firmar alianças com grupos econômicos, financiadores de campanha – como ocorre às claras nos Estados Unidos, país onde opera o lobby institucionalizado e onde as alianças político-empresariais são mais nítidas.
No Brasil, existem dois tipos de ações espúrias. A primeira, a que beneficia os grandes grupos, como grandes obras, regulações favoráveis etc.
A segunda, o imenso varejo das emendas parlamentares, das transferências para ONGs e outras organizações. É pequeno perto das grandes jogadas, mas é o mais facilmente identificável, pelo fato de ser pulverizado.