Na escolha partidária dos candidatos, chances de vitória e negociações políticas pesam mais que a aptidão administrativa.
Eunício disse que é difícil unir experiência administrativa e viabilidade eleitoral nos candidatos |
Pouco de um ano antes das eleições, os partidos políticos começam a apresentar nomes para possíveis candidaturas à Prefeitura de Fortaleza. Embora as legendas afirmem se preocupar com a qualidade de seus quadros, na escolha partidária dos candidatos, negociações políticas e chances de vitória contam mais do que a qualificação dos nomes para administrar uma cidade do porte da Capital.
Conforme justificaram as agremiações, para uma boa gestão, muitas vezes a habilidade política é mais importante do que a experiência administrativa. Em geral, dirigentes partidários apontam como requisitos para ser candidato: capacidade de angariar votos, carisma, credibilidade, consonância com as ideias do partido, ficha limpa.
São poucas as legendas que adotam a experiência administrativa como critério fundamental para escolher o nome que poderá administrar o orçamento de R$ 4 bilhões da Capital.
O candidato a prefeito de Fortaleza pelo PSB, por exemplo, precisa estar afinado com o projeto político da legenda para a cidade, ter bom trânsito com outros partidos, inspirar a confiança da população e ter chances reais de ser eleito. O presidente Karlo Kardoso salienta que, mais do que o caráter administrativo, o prefeito da Capital precisa ter habilidade política.
Interesses
Isso porque, explica Kardoso, a construção da cidade é múltipla e o poder é cercado por interesses, o que torna imprescindível ao gestor a habilidade para dialogar e negociar com os mais diversos setores. "Se não tem experiência administrativa, o gestor pode se cercar de bons técnicos. Mas tem que ser um bom político. Tem que saber agregar as forças", salienta.
Isso porque, explica Kardoso, a construção da cidade é múltipla e o poder é cercado por interesses, o que torna imprescindível ao gestor a habilidade para dialogar e negociar com os mais diversos setores. "Se não tem experiência administrativa, o gestor pode se cercar de bons técnicos. Mas tem que ser um bom político. Tem que saber agregar as forças", salienta.
O PDT deverá adotar critérios parecidos. De acordo com o presidente André Figueiredo, o candidato na Capital precisa ter projeto para a cidade, ser liderança consolidada, ter comprometimento partidário e viabilidade eleitoral. Ele citou como pré-candidatos Heitor Férrer e Ferreira Aragão, avaliando que o fato de os possíveis candidatos não terem experiência administrativa não gera prejuízos. "O importante é ter projeto para a cidade, e o Pacto por Fortaleza vai servir como norte", disse André, acrescentando que o PDT pretende entrar na disputa para ganhar, não fortalecer nomes.
Já o PT, que hoje detém a prefeitura da Capital, acredita que os fatores fundamentais para a escolha do candidato são história política e viabilidade eleitoral. Questionado se a experiência administrativa conta na decisão, o presidente Raimundo Ângelo afirmou que a escolha é política, mas garantiu que os 13 nomes apresentados têm experiência partidária, estando aptos para assumir os cargos.
Assim como os partidos citados, o PCdoB não acredita que a experiência administrativa deva ser fundamental na escolha do candidato. Mas a vice-presidente municipal, Eliana Gomes, pondera que a experiência em mandatos deve pesar na definição. Segundo ela, o candidato do PCdoB precisa estar ter formação partidária e ter experiência em cargos públicos. Eliana também citou como critério o potencial eleitoral, ponderando que esse deve respeitar os demais requisitos. Ela disse que o partido rem procurado sugerir nomes da linha de frente institucional, citando Inácio Arruda.
Diferente dos outros partidos, o PSDB disse que a experiência em administração pública terá um peso significativo na escolha do candidato. Aos critérios a serem adotados, o presidente Marcos Cals adiciona a comprovação de base eleitoral, a ficha limpa, as chances de vitória e o compromisso com o partido para as eleições majoritárias de 2014. Cals é, atualmente, o nome tucano mais cotado para a disputa.
Para o PMDB, o candidato a prefeito de Fortaleza precisa ser ímprobo, ter bom relacionamento político e chance de vitória. O presidente estadual do partido, Eunício Oliveira, disse que a experiência administrativa é importante, mas lamentou a dificuldade de unir todos esses critérios em um nome. Para compensar isso, ele disse que são realizados cursos de gestão pública.
Com informações: Diário do Nordeste