Os deputados Cândido Vacarezza - líder do governo na Câmara dos Deputados -, e Paulo Teixeira, líder do PT na Casa, garantem que Dilma Rousseff manterá linha de combate à corrupção
Apesar das diversas manifestações de insatisfação em setores da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT) – o que culminou na última semana, por exemplo, na saída do PR da base de sustentação do governo Dilma – líderes governistas e aliados da presidente minimizam o clima de instabilidade que se instaurou nas relações políticas do governo com o Congresso.
Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vacarezza (PT), é comum haver insatisfações por parte de parlamentares e partidos políticos. “Isso sempre existiu e sempre vai existir”, defende.
Antes de o PR anunciar sua “independência” do governo de Dilma, Vacarezza disse ao que a situação ainda não preocupava o Palácio do Planalto exatamente por ainda não estar havendo uma revolta mais nítida por parte de qualquer partido. O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira (PT) também minimizou a situação, dizendo que Dilma se elegeu com a proposta de um governo de coalizão e que a presidente vai manter essa linha. “O que ela está fazendo é seguindo seus princípios de respeito à ética”, defendeu Teixeira.
Mas se aqueles mais próximos de Dilma tentam acalmar o clima de instabilidade, alguns parlamentares manifestam revolta com a postura de Dilma. A deputada federal Gorete Pereira (PR) confirmou que no Congresso há um clima de insatisfação com a presidente, defendendo que Dilma deveria estar sendo mais criteriosa ao reagir às denúncias.
“Ela tem que verificar, tem que analisar antes de agir, porque depois de ter feito o espetáculo, depois que o nome da pessoa foi para o jornal, não tem como recuperar isso”, declarou a deputada, que afirmou não existirem provas que justificassem o afastamento de Alfredo Nascimento (PR-AM), ex-ministro dos Transportes. Antes mesmo de o incômodo com as demissões ficaram visíveis, Dilma já vinha tendo algumas dificuldades no Congresso. Em função do episódio no Ministério dos Transportes, o PR anunciou na última terça-feira que deixou a base de apoio à Dilma para adotar postura de independência em relação ao governo.
Já o senador cearense Eunício Oliveira (PMDB) disse que seu partido – cujo clima com o governo também ficou tenso em função de denuncias no Ministério da Agricultura, comandado pela sigla – está muito “tranquilo” com as ações da presidente Dilma Rousseff. Sobre a demissão do ministro Wagner Rossi (PMDB), na última quarta, Eunício disse que, antes do ato, Dilma ressaltou que confia em Rossi e que foi ele quem pediu para ser exonerado. O senador ainda defendeu que ninguém, muito menos a presidente, pode ser conivente com a corrupção. “Tem mais é que investigar, seja em que partidor for”.