O governo enfrenta no momento sua pior crise, com oito ministérios e vários órgãos sendo acusados de corrupção, ineficiência, dentre outras denúncias graves. Três ministros caíram e oito estão sob fogo pesado, ataques esses que não estão vindos apenas da oposição, mas também de alguns aliados descontentes.
Paulo Sérgio Passos (PR), ministro dos Transportes, ocupou a pasta durante o governo Lula e voltou agora após a queda de Alfredo Nascimento. Entretanto, isso não agradou o próprio partido, que cada vez mais distancia-se da base governista e já chegou a levantar a hipótese de desfiliação de Passos, que alguns acusam de ter incentivado, e muito, a "limpeza" no Ministério que acabou derrubando o ministro anterior, que também era do PR.
Mario Negromonte (PP) ministro das Cidades |
Mario Negromonte (PP), ministro das Cidades defendeu na Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU), na quarta-feira (10), sua pasta das acusações de irregularidades nas licitações de contratos. Segundo o ministro, as doações ao seu partido estão dentro da legalidade e explicou também que a pasta não licita obras nem faz contratos. Negromonte ainda argumentou que sua posse foi posterior ao período que as acusações surgiram.
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações pretende ir ao Congresso para esclarecer dúvidas quanto ao suposto envolvimento dele em negociações de contratos para obras de ferrovias e rodovias no Ministérios dos Transportes. Pedro Novais, ministro do Turismo, confirmou que comparecerá à Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre desvios de verbas.
Wagner Rossi, ministro da Agricultura, que teve seu nome ligado a esquemas de corrupção na Pasta e na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) argumentou que as acusações foram feitas por gestores afastados devido a irregularidades. O ministro também disse que instauraria sindicância.
Os ministros Afonso Florence, do Desenvolvimento Agrário e Izabella Teixeira, do Meio Ambiente, ainda devem ser ouvidos, assim como o Diretor-Geral da ANP, Haroldo Lima.